domingo, 9 de março de 2025

O amante, o amado, o amoroso e o amor

Por Jânsen Leiros Júnior

 Gosto de pensar no amor como uma espontânea vontade de fazer bem ao outro, por transbordar em mim essa boa vontade para com todos.

Contrariando algumas máximas modernas do evangelho coach, o amor é sim, um sentimento, quando esse sentimento tem um objeto específico, alguém a quem se direciona de maneira única e exclusiva. O amor ao cônjuge, por exemplo — à pessoa amada, para quem me doo e me entrego, corpo e alma, no prazer da entrega e da doação mútua. É um sentimento legítimo, muito bem-vindo, inclusive e, necessário. Somos seres constituídos de emoções e devemos vivê-las amplamente.

Mas o agir amorosamente também pode ser uma decisão. Diante de uma circunstância que me daria a opção do desamor ou da indiferença, posso optar por amar, apesar das circunstâncias ou contrariedades. Uma entrega resoluta e determinada — como pagar o mal com o bem, perdoar ou exercer misericórdia quando a justiça, por si só, já pareceria suficiente.

Já o amor como mandamento nos seria um dever, um cumprimento que, por si só, não traz a espontaneidade de um coração transformado e frutífero pelo Espírito. Se pensarmos bem, o mandamento da lei não foi suficiente nem mesmo para a redenção. Precisamos de um ato de amor divino, que nos constrangesse a amar em reciprocidade — o nosso amor respondendo ao d’Ele, porque, fosse por sentimento, decisão ou mandamento, não fomos capazes de chegar a Ele.

Foi ao compreender n’Ele o amor que se entrega a si mesmo, para além de si, o ofendido pelo ofensor, que aprendemos a amar vivendo para o outro. Logo, o amor que verdadeiramente se doa não nasce apenas de um sentimento, não se sustentará apenas por decisão e nem se legitimará plenamente como mero cumprimento de um dever. Ele será o “amor com que devemos nos amar uns aos outros”, quando ato contínuo de rios de água viva que, pelo Espírito que habita em nós, transbordar.

E é por isso que nisto conhecemos os seus: porque se amam uns aos outros com entrega e doação incondicional, assim como Ele nos amou.

 


terça-feira, 13 de setembro de 2016

Chega de divisões


"Há quem acredite que divisões e facções sejam, na verdade, a separação entre joio e trigo. Tiago expressa que isso não é verdade. Em vez disso, afirma que é fruto de obra má e perversa. A discussão de quem é de Paulo e quem é de Apolo, já havia sido condenado na carta aos coríntios, a quem o próprio apóstolo chamou de infantis na fé.

Separações e grupelhos definem predileções, e suscitam privilégios que o contexto eclesiástico não comporta, e nem a ambiência do amor em Cristo pode sustentar com propriedade. Pelo contrário, quem quiser ser o principal, que seja esse o serviçal. E quem serve em amor não se aparta; sua alegria está na unidade de todos, em torno de Jesus que é tudo em todos.

Até quando a vaidade do estrelato e a vontade de ter um público só seu, semeará discórdia e produzirá afastamento entre irmãos? Até quando sentir-se mais que o outro seguirá mutilando um corpo que deveria ser coeso, firme e ajustado em todas as suas juntas?

E por que não?
Jânsen Leiros Júnior

segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Chegou a hora da virada


"Jesus anunciava, já no início de seu ministério, que um novo tempo havia chegado. Um tempo em que o reino de Deus se estabeleceria; Mudem suas mentes e creiam na novidade que lhes será apresentada. A partir de agora viveremos sob o domínio de Deus. Isso há pouco mais de dois mil anos...

Parece incoerente, pois o mundo que vemos está como sempre foi: conflituoso, beligerante e mergulhado em ódio, oportunismo e descaso. Mas o tempo anunciado é o da revolução nos corações piedosos, em que o arrependimento nos leva de volta a Deus, ao seu reino e comando. Tempo em que um povo restaurado será reconhecido como povo de Deus, não por ritos e costumes, mas por possuir um coração inundado de Seu amor realizador, que comunicará e multiplicará o cuidado d'Ele com toda a humanidade. Arrependei-vos!

E por que não?"

Jânsen Leiros Júnior

sexta-feira, 2 de setembro de 2016

O justo bem comum


"O justo sempre pensa no bem comum; naquilo que é bom para todos. O bem-estar social e a harmonia das relações, são preocupações constantes em rotina. Já o ímpio se ocupa apenas daquilo que lhe proporciona vantagens ou prazeres exclusivos. E pouco importa para o ímpio o que será preciso fazer para alcançar seus objetivos. E nesse ímpeto fere a muitos e também a si mesmo. Os fins justificam os meios ele diz, e corre a realizar o que pretende, custe o que custar.

Isso nos faz lembrar que não há como esperar um resultado bom, quando o que se deseja é o mal, por mais nobre que possa parecer o objetivo. Porque não nascem figos de limoeiros. O coração mal do ímpio planejará o mal sempre, assim como o justo coração piedoso tem prazer na produção do bem comum. Afinal, tanto boca quanto atitudes sempre irão denunciar, flagrantemente, do que está cheio o coração.

E por que não?"

Jânsen Leiros Júnior